Os ativistas anti-trans levantaram quase £1 milhão para combater os direitos trans na justiça
LILY WAKEFIELD 15 DE DEZEMBRO DE 2020
Os ativistas anti-trans usaram locais de financiamento de multidões para levantar dinheiro para pelo menos 18 processos contra os direitos trans no Reino Unido nos últimos quatro anos.
De acordo com uma investigação da Reuters, naquele tempo, quase um milhão de libras foi arrecadado para litígio antitrans em locais de crowdfunding como a CrowdJustice, GoFundMe e Crowdfunder.
Mais da metade dos 18 casos estavam relacionados à “liberdade de expressão” na oposição aos direitos das pessoas trans em locais como o trabalho e as universidades. Quatro casos desafiaram o acesso à saúde e às políticas escolares para jovens trans, enquanto outros dois argumentaram que as mulheres trans não deveriam ter os mesmos direitos legais que as mulheres cisgêneros.
A CrowdJustice, que foi criada especificamente para arrecadar fundos para processos judiciais, viu 27.500 doações serem encaminhadas para processos legais anti-trans, totalizando cerca de £800.000.
Ainda este mês, a Corte Real de Justiça ouviu um processo contra o Tavistock and Portman NHS Foundation Trust, que administra a única clínica de gênero do NHS para jovens trans, para o qual mais de £95.000 foram financiados pelo povo.
A decisão do Tribunal Superior significa que os menores de 16 anos trans na Inglaterra e no País de Gales foram efetivamente impedidos de serem encaminhados para uso de bloqueadores da puberdade, um tratamento “salva-vidas” que atrasa a puberdade dos jovens trans, sem a aprovação de um tribunal.
Maya Forstater levantou mais de £100.000 tentando ter opiniões “críticas de gênero” protegidas.
Dos fundos de multidão para casos legais anti-trans analisados pela Reuters, o que levantou mais dinheiro foi o de Maya Forstater, que procurou ter suas “visões críticas de gênero” protegidas sob a Lei de Igualdade do Reino Unido.
Forstater levantou, até o momento, £118.000 para seu caso inicial e o próximo recurso através de uma página CrowdJustice, depois de arrecadar £30.000 nas primeiras oito horas da página. Seu caso foi totalmente pago através do crowdfunding.
O Crowdfunding também foi usado para levantar dinheiro para um caso contra o “Trans Inclusion Toolkit” da Câmara Municipal de Oxfordshire, que foi atualizado em 2019 para incluir orientações sobre banheiros, vestiários, viagens residenciais e aulas de Educação Física, e foi destinado a profissionais que trabalham com crianças e jovens em escolas, faculdades e outros ambientes educacionais.
O caso, trazido por uma menina de 13 anos que diz ter objeção a compartilhar vestiários e banheiros com meninas trans, não foi adiante no final, pois o conselho retirou a orientação para jovens trans sob a ameaça de ação legal.
As pessoas trans estão lutando contra e financiando a si mesmas.
Mas os locais de financiamento de multidões também estão sendo usados para apoiar e defender a comunidade trans.
Diante do crowdfunding para processos anti-trans, o Projeto Lei Boa iniciou o Fundo de Defesa Jurídica para Vidas Transgênero via CrowdJustice.
Em menos de um mês, a página de financiamento da multidão arrecadou £115.000 para apoiar as pessoas trans no combate às ações legais.
De acordo com a página: “Se você é trans, sua própria existência é aparentemente para agarrar.
“Os dados também mostram que você enfrentará diariamente injustiça, discriminação e violência”. Na Grã-Bretanha, hoje.
E acrescenta: “Aqueles que querem fazer retroceder os direitos das pessoas trans e não-binárias estão se voltando para o litígio para fazê-lo…. Está na hora de recuar”.
O primeiro caso apoiado pelo fundo é o de um adolescente transgênero que toma medidas legais ao longo dos anos — longa espera enfrentada por jovens que buscam consultas com especialistas do NHS.
